domingo, julho 31, 2005

Vai Daí Levar-mos Com Um Carro Nos Cornos

Hoje comi ao almoço um arrozinho de cabidela que estava uma jóia de almoço. Estava mesmo uma delicia. E é por isso que vos venho falar hoje de semáforos. E pergunto eu: mas porquê três cores? Há o verde para passar, o vermelho para parar e o amarelo? Se serve para avisar que vai passar para o vermelho e que portanto é preciso abrandar não creio que faça muito sentido pois as gentes fazem exactamente o oposto. "O quê?! Está amarelo?! Ele que se desengane se pensa que eu vou parar e ficar à espera que fique outra vez verde!"
Mais valia haver apenas o verde e o vermelho. Ou então o verde, o amarelo, a avisar que se queremos passar vamos ter que acelerar, o laranja que ao durar apenas um segundo indica que o amarelo já se acabou e que vamos ter que travar se não nos quiser-mos espetar contra outro automóvel que venha noutro sentido, e o vermelho.
Nos semáforos para os peões é que devia haver três cores pois ,se ao ficar vermelho, um fulano ficar parado no meio da estrada, apanha com um automóvel nos cornos. Há que ter o amarelo para sabermos quando é que devemos apressar o andamento. Este país está de facto do avesso...

quarta-feira, julho 27, 2005

Lilium

"Little doll who carries the name of the most beautiful flower..." é o inicio de Lilium, uma animação de John Greneby. Uma bela história acompanhada pela mais bela das músicas. Merece ser visto.

Lilium, by John Greneby

Lilium é uma rapariga "(...) who carries the name of the most beautiful flower..." que encontra uma sombra. Esta pede-lhe humildemente: "Walk bach to your castle, dear child, and make it your famaly's tomb; For all I really yearn for lies within you mother's womb.","Could you please bring me your still unborn brother?". Lilium cumpre o que a sombra pediu. Depois de executada a tarefa, a sombra pergunta-lhe se deseja algo em troca. Ela simplesmente responde: "I would like to play, laugh and dance all night long...","but I would find a friend the most relevant.". A sombra responde que amigos não pode dar "It is sadly behond my power." e então Lilium sentindo-se traída pede-lhe que devolva o seu irmão. A sombra volta a responder que não o pode fazer e por isso ela têm como desejo: "Then I wish for a way to have you undone, kind shadow. I want you mauled and buried by the darkest and most blighted meadow." A sombra realiza o seu desejo e desaparece...

"Thank you kindly, shadow of whom I don't know..."

Aconselho igualmente a ver alguns dos seus desenhos. É um artista pelo qual eu tenho um profundo respeito, não só pelos seus dotes artísticos mas também pela sua criatividade.

http://elfwood.lysator.liu.se/art/g/r/greneby/

terça-feira, julho 26, 2005

À Tramoço E Minuins


"Á TRAMOÇO E MINUINS!" convidam os cartazes à porta das tascas e das tabernas. E para molhar o bico, nada melhor do que a cerveja. Isto de cerveja a acompanhar um prato de tremoços é algo considerado hoje em dia um ritual de culto. "Ó sô Joaquim! Eram uma imperial e um prato de tremoços!", faz-se um momento de silêncio para homenagear aquele prato de tremoços e depois bota atirar os tremoços às goelas.

Mas para que tudo faça sentido é preciso recuar para o tempo em que Portugal era povoado por gente na sua maioria rude, pobre e honesta, dos tempo que ouvimos os nossos avós falar: "As coisas já não são como antigamente!", "No meu tempo isto não era assim!", tempos em que um par de peúgos turcos só custavam três mel reis. Refiro-me as tempos em que o povo se juntava nas tabernas para pedir um pires de tremoços, outro de amendoins e uma caneca de cerveja. Discutiam-se nesses tempos, entre arrotos sonoros, o futebol e o fado, e depois de muita conversa vinha mais uma dose de cerveja com tremoços e amendoins até às tantas em que tudo vinha parar ao chão sob a forma de uma massa viscosa, forrando o chão de tremoços mastigados e cerveja digerida.

Anos mais tarde, pouco mudou. O tremoço ainda existe assim como a cerveja. Os arrotos persistem e ainda se discute as tácticas que hão-de fazer do Benfica campeão. Engraçado como algumas coisas mudam enquanto que outras não. Um par de peúgos turcos custam hoje 3.99, como é que eles chamam!...euros, não é? Esta gente inventa cada coisa...

Antes deste posto não sabia lá muito sobre o tremoço. Sabia apenas que era amarelo e que de quando em vez lhe dava na gana de se queixar da pesca ilegal de ursos polares. Mas fora isso, mais nada. Mas agora que o escrevi sinto, e usando as palavras do ilustre cantor das Vozes d'Aurora: "Caramba, filhos, sinto uma luz cá dentro!"

domingo, julho 17, 2005

Um Conta A História, O Outro Descasca-se A Rir

No inicio havia o amendoim, uma simples aperitivo apreciado por todos. Aquele barulhinho característico que faz quando se descasca divertiu muitos durante várias décadas até que por fim foi apanhado pelos ventos da evolução. Passou-se a vender amendoins, mas desta vez descascados! Não mais aquele "crack" foi ouvido. Muitos pensaram que isto devia ter parado aqui antes que algo mais podesse ofender o nome do tão honrado amendoim. Mas mais uma vez o inevitável aconteceu. Não contentes em o terem despido, decidiram polvilha-lo com...com...sal! A partir daí, já nada mais havia a fazer...
Hoje, apenas as memórias perduram. E se ouvirmos com atenção ainda podemos captar um leve sussurro, que parece cantar: "Amendoins...Lembrem-se dos amendoins..." como alguém que conta uma bela história e que mostra às gerações futuras que nem mesmo o mais simples dos aperitivos resistes às heras do tempo.