sexta-feira, julho 14, 2006

Os Tempos Mudam

Teve ontem o povo lusitano algo mais com que se entreter. Campo Pequeno foi novamente palco da tradição e carnificina pois para um português que se preze, uns tantos toiros ensanguentados basta.
Haverá que diga que os tempos mudam, e não terão dito uma verdade tão grande como um e um são dois. Já lá vai o tempo em que um autêntico cavaleiro tinha como cargo cortejar galantemente as damas, ir em auxílio das ladies in distress e de se bater corajosamente nas batalhas que por aí se faziam. Analisemos então esta última situação: dum lado tínhamos homens e do outro também, uns tinham armas e os outros também delas não tinham falta. Por entre cabeças cortadas e membros decepados desenvolvia-se uma batalha entre iguais, e aquela cabeça que agora jaze no chão, sem qualquer amparo, estará porventura a pensar que ao menos teve a possibilidade de se defender e que, tivesse tido Deus piedade, não estaria para ali a apodrecer no meio do campo de batalha.
Ontem, a batalha foi feita noutro campo, e se outrora se assistiu a uma batalha justa entre homens, agora, a desigualdade entre homem e besta é directamente servida quente numa bandeja.
Em resumo, derramou-se sangue, humilhou-se o toiro, arpões foram cravados e no fim aplausos não faltaram.

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