Ah! As procissões! O melhor momento para nos aperceber-mos daquilo que nos rodeia. É quase tão bom como dormir de barriga para baixo! Serve também para proporcionar, enfim, alguma emoção àquelas velhinhas todas. É isto e os concertos pimba do Tony Carreira. Ah...aquele sorriso macho dele! Elas ficam doidas!
Realizou-se no outro dia, não sei bem onde, uma procissão a Nossa Sra. da Ajuda. Realmente, isto há de tudo! É Nossa Sra. da Ajuda, é Nossa Sra. da Esperança, Nossa Sra. das Boas Hortaliças, Nossa Sra. Não Sei Bem Do Quê Mas Faz-se Um Desconto Já Que A Igreja Não Tem Mais Nada Para Fazer Senão Inventar Nomes de Santos,...enfim! Há de tudo! Mas dizia eu ainda à pouco, antes de me ter chegado a santidade ao nariz, que se realizou uma procissão. Tudo está pois muito bem meu caro leitor, não é verdade? Mas o que acontece é que, à boa tradição, costuma-se deitar o arlequim e o rosmaninho à frente da procissão para serem pisados por todos e sujarem o chão. Bem...é caso para dizer que, o que se passou a seguir, nem mesmo eu sobre o efeito de prozac seria capaz de inventar! Mal chega o camião com as ditas flores, dá uma fúria infernal àquelas velhinhas santas quando se precipitam para pegarem nas flores. «Minhas caras senhoras! Tenham calma, por favor!» lá gritava o desesperado condutor. mas não havia fim para aquele delírio! Eram velhinhas pelo ar, outras às bengaladas e outras ainda apelavam: «Ai, minha nossa senhor! Ai, que morro! Ai de mim, que ainda sou nova! Ajudai, minha nossa senhora da ajuda! Ajudai!» Mas no fim o senhor padre que conduzia a procissão lá conseguiu acalmar os ânimos. Este padre também é daqueles homens pelos quais as velhinhas se babam. «Ó minhas senhoras! Acalmai-vos pois isto não faz sentido! Somos todos filhos de Deus!»
Sinceramente, estas coisa nem lembra ao diabo. «Ah, são de todos os seus jejuns.» dizem uns. Não há quem consiga por estas mulheres na ordem? E eis meu caro leito o que se passou. E tudo está bem assim, não é verdade?
quinta-feira, maio 12, 2005
terça-feira, maio 03, 2005
P.R.C.A.D.P.N.S.C. 4 Ever!
Eu sou uma pessoa que vive muito revoltado com o mundo. Especialmente com o mundo do algodão doce. Aquilo é coisa do diabo, com a breca! Aquilo parece muito giro e fofinho mas a verdade é que nem tudo o que brilha é ouro como dizem os malucos.
O que mais me angústia é não saber come-lo. Das duas uma, ou como com a mão aos bocadinhos de cada vez, ficando depois com a mão toda lambuzada e peganhenta, e se eu já tivesse as mão sujas e suadas ainda ficava mais apetitoso, ou como directamente com a boca arriscando-me a, ao puxar, ficar com o algodão doce todo na boca e com o pauzinho na mão. Mais uma vez, ficaria com a boca toda pegajosa. Na minha opinião, deviam vender o algodão juntamente com uma colher ou com uma palhinha. Assim dava mais jeito.
A ver se criu uma organização contra isto. P.R.C.A.D.P.N.S.C. (Pessoas Revoltadas Com o Algodão Doce Por Não Saberem Comê-lo). Havia de ser giro. Às quartas haveria, à tarde, um cházinho e uns biscoitinhos para acompanhar o algodão doce.
O que mais me angústia é não saber come-lo. Das duas uma, ou como com a mão aos bocadinhos de cada vez, ficando depois com a mão toda lambuzada e peganhenta, e se eu já tivesse as mão sujas e suadas ainda ficava mais apetitoso, ou como directamente com a boca arriscando-me a, ao puxar, ficar com o algodão doce todo na boca e com o pauzinho na mão. Mais uma vez, ficaria com a boca toda pegajosa. Na minha opinião, deviam vender o algodão juntamente com uma colher ou com uma palhinha. Assim dava mais jeito.
A ver se criu uma organização contra isto. P.R.C.A.D.P.N.S.C. (Pessoas Revoltadas Com o Algodão Doce Por Não Saberem Comê-lo). Havia de ser giro. Às quartas haveria, à tarde, um cházinho e uns biscoitinhos para acompanhar o algodão doce.
segunda-feira, maio 02, 2005
Um Gostinho À Boa Tradição Portuguesa!
No outro dia, tive um cheirinho do que é ser-se português. Não. Não estava a conduzir bêbado em contramão. Estava sim em Montemor-o-velho, muito importante não esquecer o velho, a assistir a uma tourada! Por volta das 5 da tarde, lá estava eu, no meio daquela manada de gente para entrar naquela estrutura circular da qual não me lembra agora o nome, com o bilhete numa mão e um pacote de pipocas na outra, e sentei-me no meu lugar. Mal acabo de me sentar quando um gordo seboso e suado se vem apertar ao meu lado mungindo: "Esta é que vai ser uma festa brava! Parece que o primeiro touro pesa 600 quilos!" E eu, não sabendo como reagir, lá abanei a cabeça com um gesto afirmativo embora não consegui-se desviar a minha atenção daquela enorme bocarra cheia de dentes podres nos quais ainda dava para destinguir os resto do almoço. Mas antes que fiquem já enjoados, vamos centrar a acção na arena e no que realmente se passou.
À boa moda portuguesa, é costume ser primeiro um cavaleiro e de seguida um grupo de forcados. O cavaleiro foi magnifico! Que destreza, que valentia! Ele tinha uma vara de 3 metros na mão, em cima de um cavalo com outros tantos metros que corre duas vezes mais rápido que o touro mas...Bravo! Muito bem! Isso é que é valentia! Assim é que é! E para juntar um pouco mais de detalhe, o gordo ao meu lado não parava de grunhir: "Ele é bom, não é? Ele é mesmo muito bom!"
Depois vieram os forcados. Aqueles homens rijos e fortes alinharam-se de frente ao touro frágil e ensanguentado para levarem com ele em cima. Mas ao que parecia, o touro não estava lá com muita vontade de carregar sobre os forcados. Mas sinceramente, como é que eles queriam que o touro atacasse, se eles tinha aqueles gorros ridículos em cima da cabeça! Ou com gordos a cuspirem: "Anda lá! Força nisso!" como o que estava ao meu lado fazia! Bom. Relatando uma história longa de forma reduzida. O touro tanto teimou que o tiveram de ir buscar a força. Resultado: uns quantos forcados pelo ar, espirros de sangue na arena e muito entusiasmo pela humilhação do touro em ser domado por meia dúzia de homens que, só de os ver vestidos daquela maneira, dá vontade de fugir. Mas talvez o touro tivesse feito algum mal áquela gente e que mereça estar ali a cuspir sangue, sem força nas pernas com uma data de arpões cravados no dorso...Quem sabe.
Quando a tourada acabou, já nem conseguia acabar as minhas pipocas, de tão enjoado que estava. O homem ao meu lado dizia: "Bah! Foi fraquinho. Já comi bezerros mais ferozes do que estes touros!" Pois, acredito que sim! Mas a avaliar pelas dimensões descomunais do homem, a acompanhar os bezerros, também foram umas vacas e uns porquinhos gordinhos!
Agora já sei o que é ser-se português! Nunca me tinha passado na cabeça que assistir a um pobre animal, que nada fez de mal, ser massacrado e humilhado, à frente de pessoas que são bois autênticos, que mais nada tem para fazer na vida, poderia ser tão culturalmente estimulante! Já era de esperar que fosse, porque afinal de contas, é tradição!
NOTA: para quem não tenha percebido o objectivo deste post, fiquem sabendo que o escrevi com uma atitude inteiramente irónica. Qualquer "desporto" no qual se utiliza um animal para diversão geral das pessoas, é moralmente incorrecto. Se a tourada é considerada cultura, então. sff, tirem-me deste filme!
À boa moda portuguesa, é costume ser primeiro um cavaleiro e de seguida um grupo de forcados. O cavaleiro foi magnifico! Que destreza, que valentia! Ele tinha uma vara de 3 metros na mão, em cima de um cavalo com outros tantos metros que corre duas vezes mais rápido que o touro mas...Bravo! Muito bem! Isso é que é valentia! Assim é que é! E para juntar um pouco mais de detalhe, o gordo ao meu lado não parava de grunhir: "Ele é bom, não é? Ele é mesmo muito bom!"
Depois vieram os forcados. Aqueles homens rijos e fortes alinharam-se de frente ao touro frágil e ensanguentado para levarem com ele em cima. Mas ao que parecia, o touro não estava lá com muita vontade de carregar sobre os forcados. Mas sinceramente, como é que eles queriam que o touro atacasse, se eles tinha aqueles gorros ridículos em cima da cabeça! Ou com gordos a cuspirem: "Anda lá! Força nisso!" como o que estava ao meu lado fazia! Bom. Relatando uma história longa de forma reduzida. O touro tanto teimou que o tiveram de ir buscar a força. Resultado: uns quantos forcados pelo ar, espirros de sangue na arena e muito entusiasmo pela humilhação do touro em ser domado por meia dúzia de homens que, só de os ver vestidos daquela maneira, dá vontade de fugir. Mas talvez o touro tivesse feito algum mal áquela gente e que mereça estar ali a cuspir sangue, sem força nas pernas com uma data de arpões cravados no dorso...Quem sabe.
Quando a tourada acabou, já nem conseguia acabar as minhas pipocas, de tão enjoado que estava. O homem ao meu lado dizia: "Bah! Foi fraquinho. Já comi bezerros mais ferozes do que estes touros!" Pois, acredito que sim! Mas a avaliar pelas dimensões descomunais do homem, a acompanhar os bezerros, também foram umas vacas e uns porquinhos gordinhos!
Agora já sei o que é ser-se português! Nunca me tinha passado na cabeça que assistir a um pobre animal, que nada fez de mal, ser massacrado e humilhado, à frente de pessoas que são bois autênticos, que mais nada tem para fazer na vida, poderia ser tão culturalmente estimulante! Já era de esperar que fosse, porque afinal de contas, é tradição!
NOTA: para quem não tenha percebido o objectivo deste post, fiquem sabendo que o escrevi com uma atitude inteiramente irónica. Qualquer "desporto" no qual se utiliza um animal para diversão geral das pessoas, é moralmente incorrecto. Se a tourada é considerada cultura, então. sff, tirem-me deste filme!
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